terça-feira, 16 de março de 2010

Aula Pública em defesa das cotas - UNEafro

Aula Pública em defesa das cotas reúne centenas de estudantes

Evento marca o primeiro aniversário da entidade do movimento negro UNEafro

09/03/2010 Cleyton Borges www.uneafrobrasil.org São Paulo

Em plena manhã de sábado (dia 6 de março), debaixo de muita chuva, cerca de 500 militantes da UNEafro-Brasil (União de Núcleos de Educação Popular para Negras(os) e Classe Trabalhadora) participaram da Aula Pública em Defesa da Aprovação de Cotas pelo STF. O Ato aconteceu no auditório do sindicato dos Químicos, centro de São Paulo e inaugurou o ano letivo dos cursinhos da UNEafro em 17 cidades do Estado de São Paulo.


O tema foi estimulado pela Audiência Pública realizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na qual foi discutida a constitucionalidade do sistema de cotas nas universidades públicas. Para Douglas Belchior, membro do Conselho Geral da UNEafro, que coordenou a mesa de debates, o intuito principal da aula foi iniciar o processo de formação política dos estudantes dos cursinhos e reunir forças sociais a favor das cotas e ações afirmativas para negros(as).

Como convidados marcaram presença Milton Barbosa, fundador do MNU, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, Édson França, da UNEGRO, Cidinha Aparecida, do INSPIR, o rapper Aliado G, da Nação Hip Hop, Luciana Araújo, da Revista Debate Socialista, Juninho, do Círculo Palmarino, Alex Minduim, da Gaviões da Fiel, Wagner Hosakawa, Secretário da Assist. Social de Guarulhos e Gabriel Sampaio, da Consulta Popular.

Do campo mais acadêmico estiveram presentes os professores Evandro Luis, Pró-reitor Comunitário da USF e Profª Ana Karin, da FESB. O presidente do Sindicato dos Bancários de SP, Luiz Claudio e representantes do Sinsprev/SP e Sasp, além do deputado federal Ivan Valente e dos deputados estaduais José Cândido, Vicente Cândido e Raul Marcelo também estiveram presentes.

A integrante do Conselho Geral da UNEafro, Elenilza Ferreira, de Bragança Paulista, afirmou que atualmente a única maneira de essa parte da população ter acesso à universidade são as cotas. “Queremos um ensino público melhor e os nossos alunos dentro da universidade pública, mas o sistema não permite isso”.

Representando a Direção Nacional do MST, João Paulo Rodrigues disse que "a luta pelo acesso de negros e trabalhadores à faculdade é uma luta que unifica os movimentos do campo e da cidade." João Paulo defendeu que a universidade pública deve ser, por direito, dos estudantes de escola pública, principalmente negros e indígenas. "A juventude aqui presente deve se mobilizar cada vez e lutar por esse direito" disse.

Membro do Círculo Palmarino, Joselício Junior, (Juninho) destacou que o grupo defende a adoção de cotas como elemento de reparação histórica de uma população que foi escravizada no Brasil e no processo de abolição foi excluída social, econômica e culturalmente. “E sabemos que em nossa sociedade a produção de conhecimento é produção de poder também”.

Milton Barbosa, fundador do MNU – Movimento Negro Unificado, destacou a importância da mobilização da juventude e do trabalho realizado pela UNEafro. “Estou hoje recebendo um presente. O empenho e a luta contra o racismo e por políticas sociais para o povo negro norteou minha vida e a vida do MNU. Ver essa juventude encampar essa mesma luta é um presente.”, disse emocionado.
No final da aula pública Douglas Belchior destacou a importância de os estudantes acompanharem o desenrolar do tema e deixou, como tarefa que todos (as) enviem e-mails para o Supremo Tribunal Federal. "Vamos continuar a formação em cada núcleo e organizar ônibus para Brasília, pois a pressão popular será fundamental para manter as cotas existentes hoje em mais de 90 universidades públicas" concluiu. O evento marcou o primeiro aniversário de fundação da UNEafro-Brasil.

Ler mais e acessar os vídeos em www.uneafrobrasil.org

Matéria extraída de Brasil de Fato

Nenhum comentário:

Postar um comentário