Mudem-se
as cotas da UEPG
por Angelo Luiz De Col Defino
angelo.defino@bol.com.br
angelo.defino@bol.com.br
11 de Junho de 2013
O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou sobre as cotas
raciais em universidades públicas, considerando-as constitucionais. O Senado
Federal aprovou lei que obriga as universidades federais a reservarem 50% das
vagas para alunos que tenham cursado todo o ensino médio (antigo “segundo
grau”) em escolas públicas.
Em Ponta Grossa, após sete anos do surgimento das cotas
dentro da UEPG, uma discussão importante sobre elas foi deflagrada na última
semana.
O debate é importante para reflexão sobre a permanência ou
não das atuais regras que regem os concursos na nossa Universidade. E acontece
em um período de discussão nacional sobre o tema, com grandes polêmicas.
Estudos da Universidade Federal Fluminense, publicados no jornal Folha de São
Paulo do último 28 de abril, dão conta que, diferentemente de 2005, quando os
recém beneficiados cotistas apresentavam médias de notas durante o curso
universitário equivalentes aos demais candidatos selecionados pelo método
tradicional, agora aparece uma média de 10% a menos de pontos em suas notas
durante os cursos pesquisados.
É óbvio que antes de ser favorável a qualquer tipo de cota
somos favoráveis a uma escola de qualidade que coloque o aluno do ensino
público em pé de igualdade para disputar uma vaga com qualquer aluno vindo do
ensino particular.
As cotas chegaram com este estigma de paliativo. O problema
é que se passou quase uma década e o ensino público não evoluiu como deveria. E
as cotas não só se perpetuam como avançam sobre as demais vagas.
Sou a favor da cota para alunos de escolas públicas como
está no projeto do Senado. Apenas para aqueles que comprovem que realmente não
podem pagar pelo ensino particular. Como já é feito na Universidade Estadual de
Maringá. Pois é interessante, que a cada divulgação dos resultados dos
vestibulares da UEPG vemos os nomes de alguns cotistas de escolas públicas dos
cursos mais concorridos sendo divulgados como alunos de Cursinhos Pré
vestibulares, ou seja, estavam frequentando paralelamente o ensino particular.
Mas não era para privilegiar os menos favorecidos?
Trabalhei de 2002 a 2009 em uma mesma Unidade de Saúde de
Ponta Grossa. Vi toda uma população melhorar de vida nos últimos anos. E uma
das primeiras atitudes das mães, quando começou a sobrar salário no final do
mês, era colocar seus filhos em uma escola particular ou pedir uma bolsa nessas
escolas, pensando que seria melhor para eles poderem entrar na Universidade. E
pagavam com sacrifício. O que dizer para elas quando chega o vestibular e seu
filho teria uma concorrência menor se elas não tivessem se sacrificado tanto?
Extraído de JMNews - Jornal da Manhã - Ponta Grossa - PR
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