Cotistas da UnB provam mérito e põem abaixo mitos de críticos
9 de Junho de 2013 - 15h56
"A função das cotas raciais é deixar de existir assim
que a discriminação reduzir ou acabar. O papel da sociedade é trabalhar para
que isso aconteça o mais rápido possível", afirma Natália Machado,
antropóloga, aluna cotista.
Por Ana Pompeu*, no Correio Braziliense
Não fossem as cotas raciais, a Universidade de Brasília
(UnB) teria 71,5% menos negros no quadro de estudantes na última década. Quem
esteve no seminário “10 Anos de Cotas na UnB: memória e reflexão” considera o
número representativo. Para eles, é a prova de que a política afirmativa da
instituição deu certo e vem incluindo uma parcela discriminada e excluída do
ensino superior.
Além disso, os bons resultados apresentados pelos cotistas
põem abaixo alguns mitos levantados pelos críticos da ação. Entre eles, havia
questionamentos sobre a queda do nível da universidade com o ingresso de
estudantes por meio de cotas. O tempo provou, no entanto, que o desempenho
deles, comparado ao do sistema universal, não teve diferença significativa. Em
2009, chegou a ser superior. A média do índice de rendimento acadêmico (IRA)
ficou em 3,1 para os cotistas, enquanto os demais estudantes alcançaram 2,9.
A partir deste mês, a instituição aprofunda o trabalho de
avaliação dos resultados para decidir sobre a continuidade do sistema. Em 6 de
junho de 2003, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou a
reserva de vagas na UnB.
O plano estipulou 10 anos para a duração da política. Como a
primeira turma com alunos cotistas ingressou no segundo semestre de 2004, o
prazo vence no fim do primeiro semestre do próximo ano. Portanto, chegou a hora
de a universidade pensar sobre a manutenção da reserva de vagas. Uma comissão
nomeada pelo reitor deve começar a se reunir para estudar propostas sobre o
tema. Possíveis mudanças vão vigorar a partir do segundo processo seletivo de
2014.
*Ana Pompeu é jornalista do jornal diário de Brasília, Correio
Braziliense
Extraído de Vermelho
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